Por Felipe Bernardi Capistrano Diniz
Em 16 de maio de 2025, a China e a União Europeia suspenderam temporariamente as importações de carne de frango do Brasil após a confirmação do primeiro caso de gripe aviária de alta patogenicidade (H5N1) em uma granja comercial no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. A medida visa conter possíveis riscos sanitários e está prevista nos protocolos de exportação firmados entre o Brasil e esses parceiros comerciais.
A suspensão chinesa tem duração prevista de 60 dias e afeta cerca de 14% das exportações anuais brasileiras de frango, que totalizaram US$ 9,46 bilhões no período até março de 2025. A União Europeia também interrompeu as compras, embora o prazo específico não tenha sido divulgado.
Além desses mercados, países como Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Argentina e Reino Unido adotaram restrições mais localizadas, limitando as importações ao estado do Rio Grande do Sul ou ao município de Montenegro.
O Ministério da Agricultura e Pecuária enfatizou que a gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de frango ou ovos e que o risco de infecção humana é baixo, geralmente a pessoas com contato direto com aves infectadas.
O ministro Carlos Fávaro expressou confiança na capacidade do Brasil de conter rapidamente o surto e retomar as exportações antes do término do período de suspensão, destacando a robustez do sistema de vigilância sanitária do país.
Este incidente ocorre em um momento delicado para o setor avícola brasileiro, que recentemente anunciou a fusão entre Marfrig e BRF, formando a MBRF Global Foods Company. A suspensão das exportações representa um desafio adicional para a nova empresa, que busca consolidar sua posição no mercado global de proteínas.